Vinte segredos (pouco) guardados de Isabel II. E alguns são bem engraçados



Histórica. Icónica. A monarca que mais tempo reinou em Inglaterra, Isabel II, liderou o Reino Unido e a Commonwealth durante mais de 70 anos, ultrapassando a bisavó, a rainha Vitória, que teve o peso da coroa na cabeça (e nos ombros) durante 64 anos.


Para a história, além do reinado durante alguns dos períodos mais conturbados do país, de ultrapassar crises (internas, políticas, económicas, familiares) e de deixar a sua marca num legado extenso e completo, Isabel II tornou-se em si mesma um símbolo da nobreza, da realeza global, de graça, de entrega e de dever à Coroa inglesa.


Foi também a primeira monarca inglesa a viver a vida em frente às câmaras de televisão mas, inversamente, soube sempre (ou fez por saber) pôr as suas escolhas pessoais, a sua vida privada, da família real, envoltas num manto de mistério, que acabou por aguçar a curiosidade e elevar ainda mais o estatuto da rainha.


1 – Casou com o primo em 3.º grau

É verdade. Isabel e Filipe de Edimburgo (falecido em 2021, aos 99 anos) tinham a mesma bisavó, a rainha Vitória, sendo que o príncipe era descendente pelo lado da mãe e Isabel II por parte do pai, o rei Jorge VI. O casamento durou 73 anos.


2 – Um amor que começou na adolescência

Isabel e Filipe conheceram-se aos 13 anos e a então filha do rei ficou logo apaixonada pelo belo jovem militar, durante uma visita à base onde estava o futuro príncipe de Edimburgo. Os dois trocaram muitas cartas de amor secretas até Filipe pedir a mão da jovem Isabel em casamento.


3 – Nunca foi à escola

‘Lilibet’, como era carinhosamente chamada em criança, nunca frequentou qualquer estabelecimento de ensino. No então teve outro tipo de educação: Era ensinada por professores e tutores privados no Palácio de Buckingham, em áreas como Inglês, História, Geografia, Matemática, Francês, Alemão, Arte, Dança e Música.

Isabel assistia às ‘aulas’ com a irmã, a princesa Margarida. Recorda quem a ensinou que era "muito sedenta de conhecimento e com uma inteligência aguçadíssima".


4 – Teve um acidente no casamento de sonho: a tiara partiu-se

Momentos antes de subir ao altar, em novembro de 1947, a tiara que a então princesa Isabel levava partiu-se e viveram-se momentos de pânico, segundo consta entre a corte. Prontamente o joalheiro real entrou em ação e reparou a preciosa tiara de diamantes.


5 – Não tem último nome, mas assina "Isabel R."

Já se questionou sobre qual era o último nome da rainha Isabel II? Pois bem, não tem. Nasceu Elizabeth Alexandra Mary Windsor mas, ao tornar-se rainha, ‘perdeu’ os nomes. Os membros da família real têm apenas o primeiro nome e o título nobiliárquico associado à sua casa (por exemplo, príncipe William, duque de Cambridge). O ‘nome’ verdadeiro de Isabel é: Isabel a Segunda, pela Graça de Deus, do Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte, e dos seus Reinos e Territórios Rainha, Líder da Commonwealth, Defensora da Fé.


No entanto, a monarca sempre assinou ‘Isabel R.’. O ’R’ refere-se a ‘regina’, latim para rainha.


 6 – Não precisa de carta de condução para conduzir ou de passaporte para viajar

Isabel II tinha passaporte e carta de condução emitidos mas, na realidade, não precisa destes documentos no seu nome – afinal de contas, será uma das mulheres mais famosas de sempre em todo o mundo. O facto de ter motorista e de não ter tirado a carta não significa que não seja boa condutora! Numa visita à Arábia Saudita, em 2011, a monarca mostrou os dotes ao volante de um potente Range Rover, enquanto dava ‘boleia’ ao príncipe Abdullah.


7 – A mala era o seu sinal secreto

Segundo o The Telegraph, citando fonte que trabalhou de perto com a família real, é a mala de mão, da qual Isabel nunca abdicava, que servia para dar indicações ao staff quando estava numa situação desconfortável ou numa reunião ou encontro monótonos.


Se está num jantar ou almoço e coloca a mala na mesa, é indicação de que quer que o evento acabe dentro de cinco minutos. Se está em qualquer lado e coloca a mala no chão é porque precisa de ser ‘salva’ da conversa que está a ter naquele momento.


Isabel II tinha mais de 200 malas do seu designer preferido, Launer.


8 - Sentido de humor e jeito para as imitações

O semblante parecia sempre carregado, mas fazia parte do peso da Coroa. Quem conviveu com Isabel II recorda o grande sentido de humor, completamente imprevisível, da monarca e o seu jeito para as imitações, particularmente de sons.


O bispo Michael Mann, capelão da rainha garantiu à AP que Isabel II "a imitar um Concorde a aterrar é das coisas mais engraçadas que alguém pode presenciar".


Noutro episódio, revelado por um segurança, a monarca foi abordada por um grupo de turistas perto da sua propriedade de Balmoral. Não a reconheceram porque estava com a cara tapada por um cachecol e um lenço e perguntaram-lhe se alguma vez se tinha cruzado com a rainha. Isabel ter-se-á rido e, apontando para um polícia que se aproximou naquele momento disse: "Eu não. Mas ele já".


9 – Paixão animal: Teve mais de 30 cães de raça corgi

Em 1933 Isabel descobriu aquela que viria a ser uma das suas grandes paixões: a criação de cães de raça welsh corgi. Depois de o pai, o rei Jorge VI, trazer um para o palácio, Elizabeth recebeu o seu próprio cão de estimação aos 18 anos. Era uma cadela e chamava-se ‘Susan’.


Famosa pela criação destes animais que foi fazendo ao longo de toda a vida, tendo mais de 30 exemplares da espécie. Chegou mesmo a inventar uma nova raça, um cruzamento entre corgi e dachshund, o dorgi.


10 – Era dona de todos os cisnes e golfinhos do Reino Unido

Desde o século XII, altura em que os cisnes eram considerados uma iguaria rara, que a monarquia inglesa reclamou como seus "todos os cisnes no país". Fazer mal a um deles é considerado crime contra a Rainha ou Rei.


Isabel nunca terá comido um dos seus cisnes, mas ficou a tradição de ser dona destas aves. Até há um Recenseador de Cisnes, um funcionário da rainha que é responsável por fazer uma espécie de censos dos cisnes e verificar a sua saúde.


Também, de acordo com os estatutos reais de 1324, o monarca inglês pode reclamar como seus todos os "peixes reais", como o esturjão, o golfinho, a baleia ou toninha.


11 – Cruzou-se com 15 primeiros-ministros ingleses diferentes

Ao longo de mais de 70 anos de reinado, Isabel II recebeu 15 primeiros-ministros ingleses diferentes e encontrou-se com 14 presidentes norte-americanos. A última foi a nova primeira-ministra Liz Truss.


12 – Tem o seu próprio multibanco no palácio

São luxos que não estão ao alcance de todos, mesmo até dos mais ricos. Mas Isabel II tinha a sua própria máquina de multibanco no palácio de Buckingham, para que não precisasse de sair para levantar dinheiro ou fazer outras operações. Pertence ao banco Coutts.


13 – Não tinha que pagar impostos, mas fazia-o à mesma

A soberana não era obrigada a pagar impostos e a fazer o IRS mas fê-lo desde 1993, segundo relata o site da família real.


14 – Rica mas longe de ser a mais rica do Reino Unido

Recebia algum do seu dinheiro pelos contribuintes ingleses, e muito (quase todo) das propriedades, terrenos, casas, museus, parques e todos os territórios controlados, geridos, ou adquiridos pela família real, assim como de outros investimentos. Em 2019 a Forbes estimou a sua riqueza em 500 milhões de euros, mas mesmo assim não chega para ser a pessoa mais rica do Reino Unido.


15 - Segredo da longevidade? Gin antes de almoço e champanhe ao deitar

Segundo a prima de Isabel, Margaret Rodhes, a rainha mantinha uma rotina muito regular no que dizia respeito ao consumo de álcool diariamente. "Uma dose de gin com Dubonnet [vinho fortificado com especiarias] antes do almoço, com uma rodela de limão e muito gelo, um copo de vinho à refeição, um dry martíni à tarde e um copo de champanhe antes de se deitar", revelou a familiar da monarca. Será que foi o seu segredo para a longevidade?


16 – Uma rainha muito ‘poupadinha’

Tinha o seu gosto por alguns luxos mas era muito ‘poupadinha’ em alguns aspetos da sua vida. Usava sempre o mesmo verniz das unhas desde 1989, a cor Ballet Slipper (sapatilha) da Essie, cujo frasco custa cerca de 5 euros.


No Palácio de Buckingham a poupança era levada muito a sério: segundo o Radar Online, que falou com fonte do staff real, a rainha recusava gastar dinheiro em equipamentos de cozinha, pelo que os chefs da família real usam tachos e panelas que datam de 1800 e ainda têm o selo da Rainha Vitória.


Também quanto ao ambiente Isabel II tinha extrema atenção: não gostava do desperdício de eletricidade. Segundo um assessor real, era comum a rainha andar nos infindáveis corredores, salões e divisões do palácio a apagar as luzes que não era necessário estarem acesas. "Às vezes anda de quarto em quarto a apagá-las. Muitas vezes os enormes palácios têm apenas uma luz acesa. Os luxuosos candelabros nunca estão acesos, só em ocasiões especiais", revelou.


17 – A paixão por cavalos (e pelas apostas….)

É bem conhecido o amor que Isabel sempre nutriu pelos cavalos. Fã assumida de hipismo, andava a cavalo, acompanhava os criadores e tinha grande estima pelos animais que tinha nos estábulos reais, para além de ser presença assídua nas principais provas de hipismo e corridas de cavalos de todo o Reino Unido.


O lado desconhecido desta paixão é que Isabel II costumava apostar nas provas. Os premiados puro-sangue da rainha valeram-lhe em apostas cerca de 8,5 milhões de euros, segundo a Autoridade Britânica de Corridas de Cavalos.


18 – Uma mensagem enviada para a Lua

Antes da missão Apollo 11 aterrar com sucesso na Lua, vários líderes mundiais foram convidados a escrever "mensagens de boa-vontade", que foram transferidas para um pequeno disco de silício. O objeto foi levado pelos astronautas Neil Armstrong e Buzz Aldrin, que o deixaram debaixo da bandeira norte-americana colocada na face lunar. Isabel II não foi exceção e deixou a sua mensagem: "Em nome do povo britânico, saúdo o engenho e a coragem que trouxeram o homem à Lua. Que esta conquista aumente o conhecimento e o bem-estar da humanidade".


19 – Foi mecânica de camiões e condutora do Exército

 Antes de subir ao trono, e durante a Segunda Guerra Mundial, Isabel II serviu o Exército Britânico e trabalhou como mecânica e condutora de camiões no Serviço de Auxílio Territorial, um ramo feminino das forças armadas inglesas.


20 – Celebrou o fim da Segunda Guerra Mundial ‘disfarçada’ nas ruas de Londres

O episódio até deu origem a um filme (com alguma fantasia à mistura) mas aconteceu: a 8 de maio de 1945, Isabel II e a irmã, a princesa Margarida, tiveram autorização dos pais para saírem do palácio e juntarem-se à multidão que celebrava o final da Segunda Guerra Mundial pelas ruas de Londres.


As duas estariam ‘disfarçadas’ para passarem despercebidas no meio dos súbditos. "Lembro-me de filas e filas de pessoas, de braço dado, a andarem por Whitehall, e éramos todos arrastados naquela onda de felicidade e alívio", recordou a monarca à BBC em 1985.

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